quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Os fios nos levam ao destino

Desconheço o lugar daonde venho,
caminho para um lugar que nunca vou conhecer.
Envolto pelos fios da realidade,

do emaranhado é tecido o inclassificável.


O vento bate na vela do barco, e o carrega.

O barco navega por lugares desconhecidos,
mas o terreno se torna trivial com o tempo.

Se o barco fosse um ser-vivo dotado de consciência humana,

ele perguntaria: "daonde vem a força que me impulsiona?".
Já a nós, humanos, cabe a pergunta: "onde reside a força que nos pára?".





A verdade é que somos fruto do desconhecido. Nossa formação vem do desconhecido, e durante toda a nossa vida somos guiados por coisas que não sabemos daonde vêm, e é provável que nunca conheceremos o lugar para onde vamos, nem mesmo quando chegarmos.

Primeiro post

Mais uma vez, eu de blog. Cansei de ter que ilustrar tudo o que eu tivesse idéia de escrever, por isso decidi abrir um blog. Pretendo escrever tudo que me der vontade. Textos acerca de acontecimentos ou sobre meus pontos de vista, versos, idéias, pensamentos e, quem sabe, resenhas. E pra começar, no primeiro post coloco dois trechos de um livro que considero um dos melhores, senão o melhor, que já li. "A Desobediência Civil" é um ensaio, por Henry David Thoreau, acerca da sociedade conformista americana na época da escravidão:

"Mesmo votar em favor do direito é não fazer coisa alguma por ele. Significa apenas expressar debilmente aos homens seu desejo de que ele prevaleça. Um homem sábio não daixará o direito à mercê do acaso, nem desejará que ele prevaleça por meio do poder da maioria. Não há senão uma escassa virtude na ação de multidões de homens. Quando a maioria votar a favor da abolição da escravidão, será porque esta lhe é indiferente ou porque não haverá senão um mínimo de escravidão a ser abolida por meio de seu voto. Eles, então, serão os únicos escravos." - Henry David Thoreau.


"Se a injustiça faz parte do atrito necessário à máquina do governo, deixemos que assim seja: talvez amacie com o passar do tempo, e certamente a máquina irá se desgastar. Se a injustiça tem uma mola, polia, cabo ou manivela exclusivamente para si, talvez possamos questionar se o remédio não será pior que o mal. Mas se ela for de natureza tal que exija que nos tornemos agentes de injustiça para com os outros, então proponho que violemos a lei. Deixemos que nossas vidas sejam um anti-atrito capaz de deter a máquina. O que devemos fazer, de qualquer maneira, é verificar se não nos estamos prestando ao mal que condenamos." - Henry David Thoreau.



"'A Desobediência Civil' é um ensaio do americano Henry David Thoreau após ter sido preso pelo Estado por não pagar seus impostos. Negou-se a pagá-los porque estes financiavam a guerra contra o México, que na época teve grande parte de seu território anexado pelos EUA. Ao contrário, porém, de alguns que mais tarde pretenderam praticar a desobediência civil, entendia que devia arcar com as consequencias de seus atos e deixou-se prender. O próprio fato de ir para a cadeia, por suas convicções, teve papel importante, tanto do ponto de vista do uso de instrumentos pacíficos e não violentos contra a violência, quanto do ponto de vista da persuasão de pessoas que inicialmente discordariam de suas idéias. De caráter anarquista e libertário inspirou Gandhi, Leo Tolstoi, Martin Luther King Junior e o movimento hippie." - retirado da Wikipedia.